O que parecia ser um dia normal no Rio de Janeiro - com um tiroteio aqui, uma crise na saúde ali - seria uma das datas mais memoráveis de sua história: o Instituto de Meteorologia, com aparelhos de ponta (usados pelos nazistas na Segunda Guerra), havia acabado de noticiar que uma Tsunami se aproximaria da costa da cidade em três dias!
Primeiro dia
A primeira ação do governo foi convocar uma reunião para decidir se a Tsunami era federal, estadual ou municipal. Foi decidido um aumento de impostos, para custear a reconstrução da cidade, e uma alta dos juros, pois o pânico gerado pelo maremoto poderia acarretar consumo em massa e alta não planejada da inflação.
Quanto à responsabilidade do evento ficou decidido que nada estava decidido. Enquanto a excelentíssima governadora defendia, sem qualquer embasamento, que o problema era “de responsabilidade do povo carioca, portanto municipal”, o prefeito empurrava de volta o pepino, e ainda exigia ajuda do governo estadual para enfrentar o problema. Argumentava que o principal afetado seria ele, pois as suas obras (de arte?) nos bairros nobres do Rio seriam destruídas.
Na câmara dos deputados a ação foi rápida. Os líderes dos principais partidos de esquerda (que parece direita), direita (que parece esquerda) e centro (que não aparece) marcaram uma sessão extraordinária para o dia seguinte com o intuito de votar um auxílio aos afetados pelo desastre. Nele, constava que cada vítima do Tsunami teria direito a uma indenização de cerca de dois salários mínimos, uma cesta básica e uma raspadinha da Loterj. Pelo esforço desumano de ter que comparecer a esta convocação extraordinária, cada deputado seria ressarcido em dez salários mínimos, receberia um aumento de 50% no vale-paletó e no vale-alimentaçao, além da autorização para contratar mais dez assessores.
(Em breve, a parte 2...)
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