segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Falta um mês para 2016

O Rio de Janeiro está próximo de uma data histórica. Daqui a pouco menos de um mês, no dia 2 de outubro, o Comitê Olímpico Internacional (COI) decidirá qual cidade será a sede das Olimpíadas de 2016. O Rio é favorito ao lado de Chicago, condição confirmada pelo relatório que o Comitê divulgou esta semana, exaltando o apoio popular ao evento apesar de questionar o trânsito caótico, a violência e a precariedade da rede hoteleira.

A vinda das olimpíadas para o Rio seria uma bênção, a esperança real de que o município volte a ser decente. Esperar que os governantes ou a sociedade civil façam alguma coisa por vontade própria é utopia. Com a vinda dos Jogos Olímpicos seremos obrigados a melhorar a cidade, sob pena de perder os investimentos que viriam com o evento. A pressão para melhorar o Rio viria de fora, não de dentro, e não teríamos mais como escapar de ajeitar nossa cidade.

Os planos são bem animadores. A orla seria despoluída, o metrô expandido, as linhas de ônibus e vans regularizadas, a violência controlada e áreas degradadas da cidade revitalizadas. Comunidades receberiam atenção real do Estado, com postos de saúde, escolas, espaços de lazer e vilas olímpicas. Tudo isso parece sonho, mas cabe lembrar que parte dessas metas são exigências do COI, ou seja, não teríamos como ignora-las.

O único argumento contrário à vinda dos Jogos Olímpicos é o surradíssimo “Não podemos gastar dois bilhões em um evento esportivo enquanto as escolas estão precárias, famílias convivem com esgoto a céu aberto, etc etc”. Os comediantes que dizem isso devem se lembrar que o dinheiro não será gasto, mas sim investido. Além dos benefícios imediatos, os Jogos Olímpicos aumentarão permanentemente o turismo, por exemplo, tornando nossa cidade um lugar mais rico e mais capaz de atender as demandas sociais pendentes.

Corremos o risco de estarmos à beira de uma época de ouro para o Rio de Janeiro. A geração dos nossos pais herdou uma Cidade Maravilhosa e nos entregou um município em frangalhos, onde não se precisa esperar São Cosme e Damião para ganhar bala. Se no dia 2 de outubro o COI nos escolher para sede das Olimpíadas de 2016, teremos a esperança de reverter a decadência e deixarmos para os nosso filhos um lugar decente para se viver.

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