sexta-feira, 3 de julho de 2009

Você faz suas escolhas. Suas escolhas fazem você

“Na verdade, o que ninguém quer é sofrer”. Essa frase, dita por um amigo que já tomou uma bela rasteira na vida amorosa, capta de forma simples o desejo da maioria das pessoas quando se envolvem com alguém. Por mais complexas que as coisas pareçam, em última instância o que queremos é a felicidade – ao mesmo tempo em que fugimos do sofrimento como o diabo foge da cruz.

O problema é que a enorme maioria das pessoas teme a perda muito mais do que procura o ganho. Elas temem o ridículo, o abandono, a rejeição, e para evitar o sofrimento acabam orientando suas ações pelo medo.

E qual o maior conselho do medo? Simples: Não se arrisque. O risco é inerente à vida. Tomar decisões é um imperativo, e toda decisão trás consigo uma perda e um ganho. Porém, o que se pensa é que é possível viver sem se arriscar, pelas sombras, flutuando pelo éter da mediocridade. O que acaba acontecendo é que se opta pelo “inho” para evitar os vôos mais altos e o perigo das quedas mais dolorosas.

A burrice dessas opções aparentemente seguras é que elas levam a vôos mais baixo, que com o tempo revelam a sua mediocridade e acabam virando uma conveniência. A mediocridade suga e atrasa uma pessoa muito mais do que qualquer queda dolorosa. A queda ensina, a mediocridade emburrece.

Meu conselho sincero é um só, tanto para os que detestam o risco quanto para os que o amam: arrisque-se. No livro “Axiomas de Zurique”, onde os banqueiros suíços ensinam os mortais a investir, o risco é exposto da mesma forma. Não há “não arriscar”. Quando aceitamos o atoleiro da chamada segurança, o que na verdade ocorre é que assentimos a derrota antes mesmo de tentarmos, e estagnamos no atraso.

Arrisque-se, exponha-se, aposte. Não há outra opção, e, mesmo se houvesse, nada justifica uma vida medíocre em prol de evitar dores que vem, vão e fortalecem. O risco é inerente à vida e à evolução. No fim das contas, você pode tentar 5 para só acertar uma, mas certamente essa uma marcará muito mais do que as outras quatro, e com certeza será mais valiosa do que seriam cinco medíocres. Grandes pessoas arriscam. Nas palavras de Charles Chaplin: “O mundo é de quem se atreve”.

2 comentários:

  1. Adorei o texto.

    Concordo com vc, muitas pessoas depois de se machucarem se fecham para experiências futuras e acabam caindo num mundo de fantasia onde "não me envolvo, logo não me machuco". Outros vem com o papo de não se comprometer mais, assim você não se envolve, não cria laços de compromisso e evita problemas.

    Pura covardia! Medo de arriscar e se machucar denovo. Viver é se comprometer e arriscar a se magoar a qualquer momento.

    Nessa história não há vilões e mocinhos para mim. Por mais que pessoas se amem e sejam "perfeitas" uma para a outra em algum momento da vida elas vão se magoar umas as outras. Não tem jeito. É humano errar, se machucar, perdoar e superar. Difícil? Sim, mas depois de umas a gente aprende...

    bjs

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  2. Desculpe-me Marquinhos...

    Não tive como evitar. Mas o texto me lembra o moralismo heróico de um Sansão inabalável. Aprenda a ariscar, caia em desgraça (eventualmente) e depois, enfim, colha os frutos que esperam os aventureiros.

    Não estou dizendo que o risco é ruim; pois será dele que virá os maiores prêmios. Mas, no entanto, é uma falta de compreensão (talvez da própria cultura que nos rodeia) pensar que a segurança e o pensamento defensivo não sejam atributos de consideração. Talvez sejamos muito mais voltados ao curto prazo que aos riscos de longo prazo - é latino.

    Acredito que você esteja me entendendo e que também tenha uns momentos de "proteção" e, quem sabe, de "medo". Afinal de contas, como diz a teria econômica, o risco é proporcional ao retorno, cabe a cada mente pensante escolher qual a aversão que lhe cabe. Sansão colheu os frutos que lhe coube, mas o teto caiu sobre si.

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